Sanidade de precisão é a chave para uma produção rentável e sustentável

28-Nov-2025
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A sanidade de precisão em suínos é uma abordagem moderna que utiliza ferramentas diagnósticas avançadas e dados científicos para monitorar e melhorar a saúde dos rebanhos suínos.

Essa prática é essencial para garantir a produtividade e a sustentabilidade da suinocultura, especialmente em um cenário em que doenças infecciosas podem causar grandes prejuízos econômicos.

Como funciona a sanidade de precisão em suínos?

A sanidade de precisão envolve a coleta e a análise de dados detalhados sobre a saúde dos animais, permitindo a identificação precoce de doenças e a implementação de medidas preventivas específicas. Ferramentas como a genotipagem de patógenos, monitoramento de cargas virais e análise de similaridade antigênica são utilizadas para entender melhor os desafios sanitários e escolher as vacinas mais eficazes[1][2].

A identificação assertiva dos patógenos pode ser realizada pelo cruzamento de dados históricos de performance dos lotes, casuística clínica, condenas na indústria, análises laboratoriais precisas de monitoramento do rebanho e de diagnósticos individuais. As técnicas de histopatologia e biologia molecular, como a Reação em Cadeia da Polimerase (PCRs) e o Sequenciamento Genético, são essenciais para o correto diagnóstico.

Tão importante quanto conhecer o agente causador, é a identificação da fase de produção em que o patógeno está ocorrendo, bem como os gatilhos que podem estar associados à sua manifestação. Interação com outros agentes primários, fatores estressantes variados, dietas desbalanceadas, restrição hídrica, superlotação, más condições de ambiência – em especial o estresse térmico e a má qualidade do ar – são gatilhos comuns que podem favorecer a disseminação de patógenos.

Agentes bacterianos e virais podem apresentar pequenas variações nos seus epítopos, estruturas imunogênicas que o sistema imunológico reconhece e utiliza para desenvolver resposta específica a fim de combater estes patógenos futuramente, o que torna a missão de defesa muito mais complexa.

O sistema imunológico desenvolve resposta específica compatível com os epítopos do antígeno com o qual teve contato, como na vacinação.

Fonte: Schweineklinik, Vetsuisse Fakultät, Universität Bern.

Os patógenos com estas variações são classificados em diferentes sorovares, subtipos ou genótipos. A fim de desenvolvermos nos animais uma proteção precisa e eficiente, devemos conhecer os genótipos que estão presentes na granja e avaliar dentre as vacinas disponíveis aquelas que apresentam a melhor cobertura, ou melhor condição de proteger o animal frente a genótipos específicos.

Como exemplo, o projeto de genotipagem de circovírus suíno tipo 2 (PCV2) tem sido fundamental para identificar as variantes do vírus presentes nas granjas e entender como estes vírus estão prejudicando a saúde e a performance dos animais, possibilitando assim ajustar as estratégias de vacinação de acordo com as necessidades específicas de cada rebanho[1]. A ferramenta Circo-Match, desenvolvida pela Zoetis em colaboração com a EpiVax, é uma tecnologia que auxilia na escolha da vacina mais adequada, garantindo uma resposta imunológica mais eficaz[2].

Fonte: Painel da Suinocultura.

Resposta imunológica em suínos

O sistema imunológico dos suínos é complexo e altamente especializado, composto de órgãos, tecidos e células que trabalham juntos para detectar e eliminar agentes patogênicos. A resposta imunológica pode ser dividida em duas categorias principais: imunidade inata e imunidade adquirida[3].

  • Imunidade inata: é a primeira linha de defesa contra infecções e inclui barreiras físicas (como a pele e mucosas), células fagocíticas (como macrófagos e neutrófilos) e proteínas antimicrobianas. A imunidade inata é rápida e não específica, respondendo de forma imediata aos patógenos[4].
  • Imunidade adquirida: também conhecida como imunidade específica, é mais lenta para se desenvolver, mas é altamente específica para o patógeno. Inclui a resposta humoral (mediada por anticorpos) e a resposta celular (mediada por linfócitos T). A imunidade adquirida também é responsável pela memória imunológica, que permite uma resposta mais rápida e eficaz em futuras exposições ao mesmo patógeno[3]. A imunidade adquirida é fundamental para uma proteção específica e eficiente frente aos patógenos que estão desafiando os suínos na granja.

Com o entendimento preciso do agente e o uso de ferramentas de bioinformática, é possível apontar as soluções que irão desenvolver resposta mais específica e eficiente no combate aos patógenos dos suínos.

A integração de dados de sanidade de precisão com o entendimento detalhado da resposta imunológica permite aos veterinários e produtores tomar decisões mais informadas e eficazes, melhorando a saúde e a produtividade dos rebanhos suínos.

Quer saber como ferramentas de sanidade de precisão deixam as granjas mais saudáveis, trazendo ganhos e eficiência na produção? Acompanhe nossas próximas publicações aqui no Painel da Suinocultura.

 

Referências

[1] Diagnósticos | Zoetis – zoetis.com.br

[2] DeuMatch: Decisões precisas, granjas protegidas – ABCS

[3] O sistema imunológico e a imunidade no suíno: características gerais – 3tres3

[4] O sistema imunológico e a imunidade no suíno: imunidade inata

[5] O sistema imunológico e a imunidade no suíno: imunidade mediada por células – 3tres3

 

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